RELAÇÃO ENTRE TROMBOEMBOLIA VENOSA E PROGRESSÃO TUMORAL EM GLIOBLASTOMAS

Resumo

O glioblastoma multiforme (GBM) constitui a neoplasia cerebral primária com maior malignidade, de grau IV segundo a Classificação da OMS de 2021, sendo um tipo de câncer associado a maior risco de incidência de tromboembolia venosa (TEV). Objetivo: Estabelecer a relação entre a incidência de TEV e a progressão tumoral baseada em aspectos fisiopatológicos. Metodologia: Esta revisão narrativa baseou-se em 20 artigos científicos dos últimos 5 anos, das bases de dados Scielo, PubMed e Google Acadêmico. A seleção foi feita com os descritores "Glioblastoma" e "Thromboembolism" durante o período de 09/08/24 a 19/08/24. Os critérios de inclusão abrangeram trabalhos nas línguas inglesa e portuguesa de pacientes diagnosticados com GBM e com dados de biomarcadores para hipercoagulabilidade e progressão tumoral. Além disso, os artigos seguiram a classificação da OMS de 2021 para tumores do sistema nervoso central. A partir desses critérios, foram selecionados seis artigos, enquanto os 14 restantes foram excluídos devido aos seguintes critérios: foco em outros tumores, falta de evidências sobre a relação entre TEV e progressão tumoral, ausência de informações sobre biomarcadores de avanço neoplásico e estado pró-trombótico e não conformidade com a classificação atualizada de 2021. Resultados: Biomarcadores como fator tecidual (TF) e podoplanina (PDPN) são determinantes do estado de hipercoagulabilidade. Gliomas IDH-mutado podem ter possível fator protetor contra eventos trombóticos. O coaguloma é responsável pela regulação e predisposição ao estado de hipercoagulabilidade em pacientes com câncer. Conclusão: Existe a possibilidade de correlação entre a TEV e a progressão tumoral em pacientes diagnosticados com GBM. Essa relação se dá pela ausência da mutação IDH nesses gliomas que eleva a transcrição de genes responsáveis pela codificação de TF e PDPN, integrando as vias da coagulação e do avanço tumoral.