CURRÍCULO E IDENTIDADE DE GÊNERO
Resumo
Esse artigo tem o propósito de analisar os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) e os Planos de Ensino do Curso de Pedagogia das Universidades com nota 5 na avalição do MEC em 2018 da região Sul no que se refere às relações de gênero, sexualidade e currículo, enquanto eixos articuladores de identidades. Para tanto, foi necessário identificar na resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior, o conceito de currículo explicitado e verificar as ações voltadas às relações de gênero e sexualidade na formação inicial dos docentes. Esse tema no qual escolhemos é pouco discutido nas universidades e diante da escassez de material, buscamos a partir da revisão sistemática de literatura que foi realizada no Sistema da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) no período de 2013 a 2019, teses que pudessem legitimar nosso tema. Nesse sentido, destacamos oito teses que trazem relevância para as discussões. Diante dos indícios revelados nas teses estudadas, levanta-se o seguinte questionamento: Qual a importância do currículo voltado às relações de gênero e sexualidade? Essa pesquisa se configura como qualitativa e optamos em utilizar o ano de 2018 como referência das 34 instituições que tiveram nota máxima (5), cerca de 1,6% do total de avaliadas. Outra questão relevante, que a pesquisa evidenciou, foi a necessidade de um olhar para o discurso da BNCC em suas relações textuais e intertextuais para deixar claro que as questões de gênero fazem parte das discussões sobre as diferenças e o respeito pela diversidade e, por isso devem estar presentes na formação inicial dos professores.
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PDFReferências
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