ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL - APLICAÇÃO DO MÉTODO FÔNICO MEDIADO NO CENÁRIO NACIONAL
Resumo
Este artigo tem o propósito de apresentar os resultados do Método Fônico Mediado (MFM) na alfabetização de crianças com deficiência intelectual (DI) em âmbito nacional. Para tanto, foi necessário mapear práticas de um grupo de 500 aplicadoras do MFM que foi composto professoras regentes do ensino regular, profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE), professoras de escolas especiais (Apaes) e psicopedagogas; mensurar ganhos em consciência fonêmica, decodificação e fluência de leitura das crianças com deficiência atendidas. Dessa forma, apresentamos a alfabetização mediada como abordagem fônica organizada em fases metafonológica e fônica, centrada no conceito de código reversível do alfabeto composto por 26 articulemas e na mediação cognitiva intencional. Toda a fundamentação teórica dessa pesquisa está baseada na Teoria da Modificabilidade Cognitiva de Feuerstein (2021) e na plasticidade neural descrita por Dehaene (2012). A metodologia adotada foi quantitativa de caráter descritivo, com 500 questionários aplicados e analisados. A partir das análises de dados podemos considerar que a maioria das participantes reconheceu ganhos significativos em consciência fonêmica, na compreensão da decodificação e aumento da autonomia leitora, comprovando a viabilidade e o potencial inclusivo do Método Fônico Mediado.
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PDFReferências
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