A IMPORTÂNCIA DO STATUS SOCIAL, COMPORTAMENTAL E DA AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO

Gabrielle Lenz da Silva, Andréia Texeira Leão, Juliana dos Santos Martins, Renata Oliveira Crespo, Síglia Pimentel Höher Camargo

Resumo


Esse artigo tem o objetivo de discutir a importância do status social, comportamental e da autorregulação da aprendizagem no planejamento educacional individualizado de alunos com transtorno do espectro do autismo. O TEA é um transtorno que apresenta como características déficit nas habilidades sociais, comportamentos disruptivos, disfunções executivas em algumas áreas, entre outros. Quando se pretende ensinar um conteúdo acadêmico para um aluno com TEA, deve-se atentar para outros aspectos que podem influenciar o seu sucesso. Durante a elaboração do Planejamento Educacional Individualizado (PEI) é importante pensar em objetivos funcionais que irão ao encontro de características que impactam diretamente no acesso ao currículo. O PEI, por ser uma metodologia de trabalho focada no aluno e elaborada colaborativamente entre todos os envolvidos da comunidade escolar, busca contemplar todas as necessidades que o aluno apresenta para que sua inclusão e desempenho escolar sejam favoráveis ao seu desenvolvimento. Por isto, é de suma importância que o PEI de alunos com TEA foque, também, no status social, comportamental e autorregulação da aprendizagem, trabalhando habilidades que, quando desreguladas ou não trabalhadas, impactam na participação na aula e consequentemente em seu sucesso escolar. Algumas estratégias e formas de trabalhar estas áreas comprometidas em indivíduos com TEA devem fazer parte do PEI e serem trabalhadas por todos os profissionais que atendam o aluno.

Palavras-chave


Planejamento Educacional Individualizado. Transtorno do espectro do autismo. Inclusão.

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