SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA PROFISSIONAL: DE COLABORADORES INSTRUTORES AOS COLABORADORES EDUCADORES?
Resumo
As corporações valem-se de seus colaboradores para a capacitação em serviço da mão-de-obra. Para tanto, muitos colaboradores ou líderes de turma se ocupam da instrução de seus subordinados e acabam atuando como professores. Essa dualidade refere-se ao fato de desempenharem suas funções profissionais na empresa como instrutores, transmissores de saberes instituídos. Esse estudo teve por objetivo conhecer os saberes necessários à prática profissional de colaboradores de uma empresa que atuam como instrutores em segurança do trabalho. Considerando que os referidos colaboradores atuam como instrutores, transmissores e reprodutores dos saberes instituídos por repetir diariamente orientações sobre rotinas emboloradas, indaga-se que saberes são necessários à prática profissional, uma vez que não possuem formação pedagógica, e de que forma a empresa pode repensar a formação desses instrutores já que os mesmos acabam atuando como professores, para que os resultados sejam mais assertivos. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso tendo por instrumento de coleta de dado uma entrevista semi-estruturada para obtenção dos dados de pesquisa. A análise de conteúdo utilizada para análise dos dados teve como base autores como Morin (2003), Freire (1996), Perrenoud (2000), Tardif (2002) entre outros. Ao final do estudo, observamos pelos depoimentos que o saber técnico-instrumental não é suficiente para a prática profissional, por isso encerramos essas considerações nos questionando sobre a possibilidade de transformar esses colaboradores instrutores em colaboradores educadores, para que eles pudessem construir conhecimento por meio do real diálogo em contraposição a transmissão e recepção passiva de orientações constituídas e desvinculadas da realidade.
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REFERÊNCIAS
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